Aerofotogrametria: o que é e quais as principais aplicações

Andrei Campos - Gerente de Projetos, Maply
June 14, 2023

Os avanços tecnológicos vêm causando verdadeiras revoluções nos mais diversos setores produtivos. Como consequência, tais mudanças melhoram processos, otimizam rotinas, diminuem desperdícios e garantem mais precisão às atividades. É exatamente o que acontece com a aerofotogrametria.

A aerofotogrametria consiste em uma técnica que permite o estudo e a definição de formas, dimensões e posições de objetos no espaço, utilizando medições obtidas a partir de fotografias ou imagens digitais aéreas. Continue conosco e saiba mais!

Antes, um pouco de história

Embora o método pareça recente, desde a metade do século 19 pesquisadores já testavam fotografia para mapeamento e medição de áreas. Com o aprimoramento das câmeras digitais e mais recente com o advento dos drones, a fotogrametria vem ganhando mais evidência e espaço na construção civil. 

Nos primórdios da técnica, as fotos criavam apenas um mapa 2D da área estudada. Porém, atualmente os computadores são capazes de gerar modelos em 3D bastante fiéis à realidade.

As primeiras fotografias aéreas foram feitas pelo fotógrafo francês e balonista Gaspard-Félix Tournachon, sendo que a primeira foto aérea de que se tem notícia foi feita pelo mesmo em 1858, em Paris.

Durante muito tempo, as fotografias eram feitas a partir de câmeras fotográficas a aves, como pombos. Somente com o tempo é que se passou a usar balões, pipas, aviões, até chegarmos aos dias de hoje, com o drone como principal aliado. 

A aerofotografia mais antiga e preservada chama-se “Boston, as the Eagle and the Wild Goose See It” (do inglês: Boston, como as águias e os gansos a veem), de autoria da dupla James Wallace Black e Samuel Archer King em 13 de outubro de 1860, que retrata Boston de uma altura de 630 m.

A aerofotografia mais antiga e preservada chama-se “Boston, as the Eagle and the Wild Goose See It” (do inglês: Boston, como as águias e os gansos a veem), de autoria da dupla James Wallace Black e Samuel Archer King em 13 de outubro de 1860, que retrata Boston de uma altura de 630m.

A fotografia foi tirada com uma câmera montada em uma ave. Durante muito tempo, era desta forma que fotografias aéreas eram feitas, a partir de câmeras fotográficas especiais acopladas a pássaros, como pombos. Posteriormente, passou-se a usar balões, pipas e aviões.

Aerofotogrametria com drone

Nos últimos anos, com os drones mais acessíveis, a aerofotogrametria tem proporcionado diversos benefícios aos setores que utilizam a técnica, como a possibilidade de mapear áreas de diferentes tipos de extensão e executar medições extremamente precisas. Também vale mencionar a facilidade na operação, logística simplificada e redução de custos - quando comparada aos métodos mais antigos.

Além disso, a aerofotogrametria com drone possibilita a obtenção, de maneira ágil e remota, de milhões de pontos de um mesmo objeto de interesse. Em outras palavras, os drones conseguem executar voos mais baixos que os aviões tripulados e são dotados de tecnologia de ponta capaz de entregar um trabalho com elevado nível de precisão, fidedignidade do terreno inspecionado e detalhamento.

Em resumo, podemos listar como vantagens da aerofotogrametria:

  • análise de fenômenos não detectados pela vista humana;
  • obtenção de informações à distância;
  • aquisição rápida dos dados possibilitando medições posteriores;
  • armazenagem de maiores quantidades de informações;
  • monitoramento de informações;
  • ajuste da precisão de acordo com as necessidades do projeto/cliente.

Categorias de fotogrametria

A fotogrametria pode ser dividida em fotogrametria métrica e fotogrametria interpretativa, ou fotointerpretação. A fotogrametria métrica está relacionada à realização de medições na fotografia com a finalidade de elaborar produtos como cartas planialtimétricas, mosaicos e ortofotos. 

A fotointerpretação visa à análise, reconhecimento e identificação dos objetos presentes na fotografia, sendo que a primeira produz dados quantitativos, enquanto a segunda revela dados qualitativos.

Além disso, a fotogrametria pode ser classificada de acordo com a evolução dos equipamentos e materiais envolvidos no processo. E também é dividida em fotogrametria analógica, analítica e digital:

  • Fotogrametria analógica: uso de instrumentos analógicos com alta mecânica de precisão e óptica refinada, mas que possui métodos antigos de processamento de dados; 
  • Fotogrametria analítica: seu início é marcado pela popularização dos computadores cada vez mais potentes, que permitiram o desenvolvimento de cálculos analíticos;
  • Fotogrametria digital: seu marco é o ano 2000, quando foram lançadas as primeiras câmeras fotogramétricas digitais com tecnologia de captura direta de imagens digitais.

Outra forma de classificar a fotogrametria é em relação à localização da câmara, por exemplo: 

  • Fotogrametria aérea ou aerofotogrametria: captura as fotografias por meio de uma câmara de precisão montada em uma aeronave;
  • Fotogrametria terrestre: captura as imagens a partir de uma posição fixa no terreno;
  • Fotogrametria espacial: fotografias ou imagens extraterrestres, nas quais a câmera está fixada na Terra, na lua, em um planeta ou ainda um satélite artificial;
  • Fotogrametria a curta distância: está relacionada à proximidade entre a câmera e o objeto a ser fotografado.

Usos práticos da fotogrametria

Com o desenvolvimento da fotogrametria, a técnica que era muito usada principalmente em topografia acabou sendo adaptada a outras áreas, como: 

  • projeto, locação e manutenção de estradas;
  • inventários florestais e minerais;
  • projetos de gasodutos;
  • projetos ambientais;
  • linhas de transmissão;
  • arqueologia;
  • geologia;
  • planejamento urbano;
  • cadastro rural;
  • indústria; 
  • cartografia e produção de mapas topográficos;
  • acompanhamento e inspeção de obras de engenharia civil;
  • agricultura de precisão e planejamento do uso da terra;
  • fins militares.

Aerofotogrametria com drone na construção civil

Na construção civil, a fotogrametria com drone tem grandes benefícios e aplicações práticas num canteiro de obras, seja para mapeamento, inspeção ou monitoramento.

Inclusive, o drone é uma evolução na tecnologia de obtenção dos dados. O que antes era feito com grandes câmeras embarcadas em aeronaves com pilotos, hoje é feito de forma autônoma por um robô voador, teleguiado através de um sistema GPS.

Até o advento dos drones, a aerofotogrametria era uma ciência considerada cara, havia poucas empresas trabalhando com a tecnologia no país e, devido ao alto custo de viabilidade de um projeto, os principais clientes eram órgãos públicos e grandes empresas de engenharia.

Felizmente este cenário mudou e hoje, com os drones, pequenas e médias empresas passaram a ter acesso a essa tecnologia, aumentando a precisão nas tomadas de decisões estratégicas de qualquer negócio. 

Por exemplo, estima-se que nos Estados Unidos o mercado dos drones chegará a 13,2 bilhões de dólares em 2025, sendo a agricultura responsável por 80% deste impacto.

De fato, o uso dos drones em projetos de engenharia e infraestrutura está revolucionando a forma como as empresas pensam seus negócios. A tecnologia proporciona diversas possibilidades que até pouco tempo eram restritas ou até mesmo inviáveis em função do elevado custo de implementação. 

Agora que você já sabe tudo isso, que tal avaliar a adoção da aerofotogrametria com drones em seu próximo projeto?


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